Em Araguaiana (MT), Carmen Perez escolheu o nome de Orvalho das Flores para sua propriedade, em que trabalha com a produção de bezerros.
Ela começou sua produção aos 22 anos, quando acompanhava seu tio. Obstinada, não permitiu que a família vendesse a fazenda. Esse foi seu primeiro desafio, ainda jovem.
De posse dos bois, tinha agora de fazer os ajustes de produção. O sistema bruto não a agradava e buscou alternativas para que pudesse manter sua produção de animais, porém com respeito. Foi quando encontrou a ciência do bem-estar animal. Sabia que,além de cumprir uma necessidade de seus próprios valores, esse sistema atenderia ànecessidade de um consumidor consciente que não aceita um produto em que identifique, principalmente, o sofrimento animal.
De manejo em manejo, com calma, venceu etapas.
Por exemplo, faz a vacinação de todo o rebanho de forma contida; no nascimento, há interação positiva homem e animal,com a inclusão da massagem nos recém-nascidos, algo como a chantala feita em bebês; aboliu a marcação a fogo nos animais; faz a desmama, ou seja, separação entre bezerros e vacas, de uma forma amigável, lado a lado, o que cientificamente se comprovou ser de menor estresse para essa fase de separação; revisa caminhões de transporte e tem um importante trabalho social e de conscientização sobre as boas práticas de criação.
Cumprindo um dever, mantém sua floresta conservada, mas também voluntariamenteabre a fazenda para pesquisas de biodiversidade, principalmente sobre a fauna, e investe para que essa relação de produção e conservação seja cada vez mais harmoniosa, com base na ciência.
Segue com o foco de ter o bem-estar animal como uma realidade em sua fazenda, sendo referência para outros produtores e aberta a projetos de pesquisa. Com sua família, sempre presente na fazenda, tem consciência de que faz a pecuária de que o mundo precisa, garantindo alimento e o produzindo com ética e segurança.